21 de out. de 2019

Lady Bird A Hora de Voar

    Assim que lançou o filme "Lady Bird a Hora de Voar", meu professor de canto Franklin me disse que eu deveria assistir, porque a minha personalidade era exatamente como a da Lady Bird, "meio louca/revoltada" segundo a descrição dele kkk. Pensei que fosse brincadeira e deixei passar. Mas esse ano a curiosidade sobre esse filme falou mais alto, e acabei pegando uma semana grátis no Telecine Play para assistir, e caramba! Fiquei até incomodada, porque parecia que eu estava assistido a história da minha própria vida e me despertou um monte de sentimentos mistos.
    Esse filme é um daqueles casos em que acontece o "Life imitates art", que deixa a gente pensativo no final por se identificar com a história. E no meu caso já começando como o fato de eu viver comprando livros na adolescência e minha mãe brigar comigo para eu pegar livros na biblioteca. E com o nome, que ela decide que todos devem chamá-la de "Lady Bird", e eu fiz a mesma coisa no ensino médio. Troquei meu nome para Emily Jacky, e quem conheceu meu blog nessa época deve se lembrar. E eu quase mandei gravar Emily na minha blusa no último ano, mas eu me lembro de ter contado para minha mãe sobre o nome que eu havia escolhido e ela ficou chateada por eu querer mudar de nome e tals.
    Mas assim como a personagem, eu também aprendi a gostar do meu nome depois, simplesmente por ser o nome que meus pais me deram. Mas naquela época eu me irritava, porque ninguém sabia falar meu nome e acabavam me chamando de "Cristiane", e eu sempre tinha que ficar corrigindo até eu cansar. Então acho que a Emily surgiu depois disso. Era um nome mais fácil para as pessoas, mas hoje eu já acho bem comum e o meu é meio que único, sei lá.
    E eu também tive a fase do cabelo laranja e o colar de estrela que ela usa no filme parecido com a minha fase da adolescência lá nos meus 14/15 anos, que foi até motivo da minha mãe surtar quando eu cheguei com o cabelo desse jeito em casa, (mesmo que ela tenha permitido antes, ela não imaginava que a cor iria ser tão gritante). E o cabelo amarrado com uma fita vermelha, foi minha marca registrada até meu último ano, mas era mais no estilo Matilda. Ahh e como eu queria que meu uniforme escolar tivesse sido igual o desses filmes! ♥
    E as brigas que ela tem com a mãe dela são idênticas com as que eu tenho com a minha, e no final fica tudo bem. Do mesmo jeito que a nossas brigas surgem do nada, ela acaba do nada, assim como no filme na cena em que as duas vão comprar um vestido num brechó.
    Acredito que minha mãe só tem medo de que eu me machuque por querer voar tão alto, e às vezes ela me diz para aterrizar, porque a vida não é esse conto de fadas que eu supostamente imagino, e que eu tenho a cabeça nas nuvens. 
    Minha mãe também nunca entende as minha piadinhas sarcásticas e isso foi um ponto forte no filme para eu me identificar tanto hahaha...
    E também tem a frase típica de mãe: "Sua vida é muito boa, a minha é que foi ruim!". E então nós duas jogamos as verdades uma na cara da outra, e assim como no filme eu acabo por me desculpar por querer mais do que a nossa vida de pessoa comum pode nos dar. 
    E Lady Bird e a amiga dela passando pelos bairros ricos e babando nas casas enormes igual eu e minhas amigas, me deu um gostinho da infância de novo. E a forma que ela diz que mora no lardo errado dos trilhos, me lembra eu dizendo que a gente mora dentro de um buraco que apelidei de caverna do Frank hahahah... Isso deixava minha mãe irritada também então eu parei de dizer. Mas eu me lembro de não me importar com a nossa casa, até que nenhuma das minhas "amigas" queriam vir aqui, e anos depois eu entendi o porque. Mas tudo bem, afinal eu mesma tinha medo do meu bairro quando eu era criança hahaha.
    Mas a  Lady Bird e a mãe dela tem o programa especial de domingo, que é visitar casas caras e chiques que elas não podem comprar. E eu tentava fazer isso com a minha mãe e ela odiava! E até hoje ela diz que não tem motivo para visitar casas se não podemos comprar, e eu sempre digo que a gente tem que visitar para quando tiver o dinheiro já saber qual casa comprar, mas ela odeia mesmo assim. Quando assisti o filme fiquei pensando no quanto eu queria que esse fosse um dos nossos programas de domingo, porque eu só durmo, já que não há outra forma de fugir dessa realidade.
    E posso dizer que 99% nas nossas brigas são por conta de dinheiro, porque eu sempre quero fazer alguma coisa que financeiramente não dá para a gente fazer, mesmo que eu me comprometa em juntar a grana necessária, minha mãe surta mesmo assim. Como quando aviso que vou fazer alguma viagem, ou até mesmo quando eu acabei o ensino médio e queria cursar a faculdade em São Paulo, mas desisti depois de tantas brigas. E posso dizer que nessa parte a Christine é mais corajosa, porque ela juntou o dinheiro e simplesmente foi estudar na faculdade onde ela queria. E a mãe dela agiu exatamente como a minha, que pensa que se eu for eu não vou voltar nunca mais (oi?).
    Outra cena que me marcou foi a que ela pinta o quarto inteiro antes de partir, e eu também fiz isso depois que larguei a faculdade. E agora entendo que são ciclos que realmente precisam ser fechados com o tempo, e não me arrependo de ter cobrido a Emily the strange que tinha desenhado na parede. E a única coisa que falta é eu ir embora mesmo, para dar meus próprios passos na vida e começar de fato a voar!
   Quanto aos meus surtos eu continuava tendo e eu nem sabia ao certo de onde vinha tanta raiva e fúria, mas depois de maratonar milhares de filmes com temas parecidos, eu tenho estado mais calma agora. Me senti abraçada por saber que mesmo que em filme há alguém passando pelo mesmo que eu. Estou evitando as brigas com a minha mãe, e ela me disse que é para avisar que estou indo viajar, só quando eu realmente estiver indo. Então sigo juntando grana e se tudo ocorrer de boas, eu vou estar fora desse lugar em breve! Preciso ter a coragem da Lady Bird para isso. Como meu professor disse que eu deveria criar uma persona como a dela para conseguir atingir meus objetivos. Mas eu já tenho, e a minha é bem mais furiosa que a Lady Bird, mas eu estou me contendo para não fazer merda, afinal no filme tudo dá certo, embora esse seja bem vida real no meu conceito.
    E o resumo de tudo isso é que a única diferença entre eu e ela, é que eu ainda não cheguei no meu sonho, mas é exatamente dessa forma! Sou sempre eu completamente solitária tentando chegar lá.
Já cheguei na parte da vida em que eu deveria ser completamente grata pelo que tenho e pelo que a vida me deu, mas eu preciso de mais!

Filme assistido dia 29 de setembro de 2019.

Comente com o Facebook:

10 comentários:

  1. Eu via todo munfo elogiando o filme, mas nem dava bola. Agora quero muito ver.
    Passei por essa fase de falta de identificação/ranço com o meu nome que tinha certeza qu aos 18 mudaria de nome oficialmente.
    Me vi em todo o post sobre como passei por essa fase.
    Amei a dica
    Beijos
    www.dearlytay.com.br

    ResponderExcluir
  2. Oi, tudo bem? Me parece ser um ótimo filme de ser assistido, gostei da dica. Abraço!


    https://lucianootacianopensamentosolto.blogspot.com/

    ResponderExcluir
  3. Ah esse filme, tá na minha lista pra assistir faz tempooo... E agora com esse post deu mais vontade ainda de assistir.
    Brigas com a mãe é extremamente normal, eu que tenho quase 30 anos volte e meia tô brigando com a minha, uma joga as verdades na cara uma da outra, mas daqui a pouco já estamos bem novamente. Faz parte.
    Você falou da Emily the Strange, eu adoro ela, as pessoas me diziam que eu era parecida com ela fisicamente, aí teve uma época que eu ficava vendo muita coisa dela, salvando fotos e acabei me identificando com a personalidade também.
    Enfim, é importante ser grata pelo que temos mas não nos acomodar, querer sempre mais é necessário.

    https://www.heyimwiththeband.com.br/

    ResponderExcluir
  4. É um filme legal, gosto dessa atriz faz bons trabalhos.
    bjs www.diadebrilho.com

    ResponderExcluir
  5. Não conhecia o filme, mas acho que descobrirei um pouco mais da sua personalidade assistindo e prestando mais atenção no personagem.
    Lutar pelos nossos sonhos é essencial para a vida.
    Beijocas.

    https://www.parafraseandocomvanessa.com.br/

    ResponderExcluir
  6. Gostei do filme! Super interessante todas essas semelhanças! :)
    --
    O diário da Inês | Facebook | Instagram

    ResponderExcluir
  7. Oi, tudo bem?
    é até estranho quando a gente se vê retratado de maneira tão completa em alguma arte. Entendo o que você disse, e entendo quando escreveu que está na fase em que é grata por tudo o que tem, mas que precisa de mais. Sou uma dessas pessoas, e sempre digo que o mundo é muito grande pra ficar preso a um único lugar. Em partes é bom, mas também é um pouco dolorido. Espero que você consiga realizar tudo o que deseja. Não deixe de compartilhar com a gente.
    abraços,
    Ava
    https://apenasava.com/

    ResponderExcluir
  8. eu ainda não vi esse filme, mas quero muito ver! Não tem na netflix e eu não tenho mais os apps piratas de filmes :c vou ter que esperar mais um pouco.

    ResponderExcluir
  9. Esse filme é tão impactante e traz um lado cru da vida que envolve as maiores entrelinhas das nossas. AMEI saber os trechos que mais mexeram com você e trouxeram identificações. Você é incrível e surtei com como também senti exatamente as mesmas coisas em diversas partes da trama. <3

    semquases.com

    ResponderExcluir
  10. Gostei da dica. Ainda não vi esse filme e parece bem interessante.
    Big Beijos,
    www.luluonthesky.com

    ResponderExcluir