Saudades daqui.
11 de set. de 2024
1 de jan. de 2024
31 de dez. de 2023
My Growing Pains
Acho que já é hora de voltar pra cá.
Já fazia tempos que eu não venho aqui, mas não faltou vontade de sentar e escrever.
2023 foi um ano difícil.
Eu estive focada em trabalhar para pagar dívidas e iniciar meus projetos musicais que finalmente eu consegui colocar em andamento.
Pretendo vir falar desses projetos por aqui depois.
De qualquer forma, tirar um tempo para repensar as coisa e focar mais na vida real foi importante, embora eu não tenha curtido muito e não recomendo.
Eu decidi que eu prefiro continuar em meus devaneios e tive ainda mais certeza do quanto eu odeio mesmo ser adulta.
Eu nunca quis ser, mas já que cresci, estou tentando fazer a vida adulta ser um pouquinho mais legal pra mim, mas está bem difícil.
Esse ano foi complicado, mas em grande parte foi porque eu saí da minha zona de conforto e isso foi bem incômodo.
Eu odeio muito ser iniciante nas coisas e isso me incomodava tremendamente quando tive de ir encarar coisas novas.
Eu diria que esse ano foi o ano daquela expressão "growing pains", que eu via em muitas músicas, mas eu meio que só entendi agora.
Crescer dói!
Birdy - Growing Pains
Eu comecei a fazer teatro esse ano e foi a coisa mais legal que eu fiz!
Parece que eu finalmente encontrei o meu lugar e depois eu ainda descobri que esse era um desejo antigo que eu tinha e risquei esse sonho de uma lista antiga da adolescência que encontrei e nem me lembrava mais que eu queria fazer isso.
Eu fui parar no teatro do nada. Eu queria fazer algum curso e queria fugir da faculdade por mais um ano.
Queria ter a sensação de ainda estar estudando, mas que fosse algo leve pra minha mente, e foi aí que eu acertei em cheio!
Agora já penso que posso entrar nessa área, porque é algo que eu realmente gosto de fazer, além da música.
Tecnicamente hoje é meu último dia de férias do emprego mais complicado que tive de aturar esse ano. Infelizmente é de atendimento ao público vendendo plano telefônico da vivo em uma empresa de telemarketing.
Isso me deixava frustrada e eu já acordava angustiada todos os dias quando minha consciência voltava para essa realidade, e eu percebia que eu estava vivendo algo completamente diferente do que eu havia planejado e idealizado.
Foi um ano de altos e baixos.
Eu nem se quer tinha vontade de ligar o computador ou fazer as coisas simples no meu dia a dia. Os últimos textos que escrevi aqui no blog foram pelo celular e ficaram cheios de erros, porque é difícil demais digitar rápido em espacinhos tão pequenos na tela do smartphone. Meus dedos grossos não ajudam muito.
Mas foi uma tortura ficar em um emprego que cobrava extremamente da minha mente ao ponto de me cortar a criatividade, a vontade de escrever e até mesmo a vontade de viver. E o teatro meio que me devolveu tudo isso.
Escrevi no meu diário depois de anos sem escrever nada, e estou voltando aos poucos aos hábitos que eu amava antes.
A única coisa que eu não tinha parado de fazer era ir a igreja, porque eu definitivamente preciso de Deus e Ele não me abandona enquanto eu não O abandono. É um trato nosso.
Em contra partida eu li muito mais do que em qualquer outro ano (com certeza eu precisei mais de fugir dessa realidade). Se não me engano foram 25 livros e eu estava tentando chegar nos 30.
Eu usava o tempo "perdido" no ônibus, para ir e voltar lendo e foi aí que quase bati minha meta de leitura pela primeira vez. (Ainda estou pensando nas pessoas que conseguem ler até 100 livros no ano. Ainda quero chegar nessa meta.)
Eu meio que perdi a vontade de ler agora no final do ano novamente. Parei na metade de Crepúsculo que estou relendo e iniciei "O diário de Anne Frank", que há tempos estava na minha lista de leituras.
Estou me identificando com ela e me lembrou quem eu fui na mesma idade que ela tinha. Era a mesma linha de pensamento e as pessoas me chamando atenção por eu ser agitada demais. (Hoje comentam que eu sou muito calma e tranquila. Mas eu vejo que eu deixei de ser um pouco como eu era pelo que as pessoas me falavam e isso é bem triste).
Eu passei 90% do meu ano completamente entediada e parece que só voltei para minha vida agora que estive de férias.
Eu consegui terminar o álbum que eu havia escrito ainda na pré-adolescência "Meu Segredo", e inclusive disponibilizei ele hoje no meu canal do youtube e soundcloud.
Fiquei feliz de ter conseguido, embora tenha me desgastado imensamente ter trabalhado nele esse ano todo, enquanto eu tinha de lidar com as dificuldades do meu dia a dia.
Pensei em desistir muitas e muitas vezes, porém graças a Deus, eu ainda estou aqui!
No meio dessas dificuldades, todas eu até cheguei a fazer uma playlist com algumas músicas que eu ouvia pela manhã, para me motivar e me lembrar que eu sou a única representante do meu sonho nesse mundo e que valia a pena lutar.
Ir embora e fugir não era uma boa opção e não adiantaria em nada. Não resolveria nenhum problema (Essa é a parte difícil de ser adulto. Você continua sem poder fazer o que quer, e a liberdade é uma ilusão).
As duas vezes que fui em São Paulo tive vontades imensas de já ficar por lá mesmo. Voltar para minha realidade era desesperador!
Cheguei a pesquisar aluguel em São Paulo e tudo, mas algo me dizia que eu precisava resolver as coisas por aqui primeiro.
Faltou pouco para eu largar tudo e me mudar de vez.
Só Deus sabe o quanto eu queria fugir. Qualquer coisa ou opção parecia melhor do que aqui.
Eu via os ônibus passando nas ruas no caminho do trabalho e eu só pensava em entrar em qualquer um deles e ir embora sem nem saber qual seria o destino final.
A vontade de ir embora só aumentava quando eu descia do metrô ao lado da rodoviária e ficava vendo os ônibus de viagem que iam para outras cidades.
E eu me perguntava: E se eu largasse tudo e fosse para tal lugar hoje?
Não pretendo voltar para essa empresa da qual trabalhei 1 ano e 4 meses completamente infeliz e sobrecarregada. Eu deveria voltar no dia 2 de janeiro, mas vou aproveitar que já paguei tudo o que eu precisava e também vou aproveitar que vamos entrar em um novo ano daqui a pouco e irei começar tudo novo.
Já estou agendada para iniciar um novo emprego no dia 9 de janeiro e estou implorando a Deus que esse seja melhor. Tomara que sim. Espero que sim.
Kim Woojin - My Growing Pains
Uma coisa que fiquei pensando esse ano, foi no blog algum dia voltar a ficar popular e a blogosfera voltar a ser como era quando comecei lá em 2009.
Eram meus melhores momentos do dia, poder vir interagir com as pessoas que eu encontrava por aqui, com as mesmas ideias e pensamentos.
Às vezes fico pensando se tudo aquilo foi perda de tempo e se eu poderia ter feito alguma outra coisa ao invés de passar o dia todo (e até as madrugadas) no blog. Mas era super legal! Tenho boas e más memórias. Fiz amizades que ainda tenho contato até hoje, mas sinto saudades...
Ao mesmo tempo eu dou graças a Deus que eu já passei daquela fase e que hoje em dia eu estou de certa forma, melhor do que um dia eu já fui.
Às vezes, fico me perguntando se eu estou presa na pessoa que eu fui lá com meus 12, 13 anos porque eu sempre volto para o início de tudo como se fosse um loop infinito.
Ao mesmo tempo que eu vejo que já evoluí, e na verdade estou só reproduzindo o que eu já aprendi.
Na real, em cada fase eu me conecto com alguma versão que eu já fui. Entro no mesmo mood da época e depois que eu saio. Assim eu vou aprendendo mais de mim mesma cada vez mais.
Tudo que eu sou hoje é um reflexo do que um dia já fui. Peguei tudo que eu poderia aprender para crescer e estou tentando melhorar ainda mais. Sempre há uma versão melhor de mim mesma que eu posso ser e isso é incrível!
Cada idade é uma novidade e começo a aprender várias coisas tudo de novo (mesmo sem paciência às vezes).
Na véspera de natal eu e minha mãe mudamos meu quarto todo de lugar, e eu estou com dificuldades de me acostumar. Ainda preciso organizar umas coisas e doar alguns livros que não estão cabendo na minha estante, mas estou levando à sério esse negócio de crescer e sair da minha zona de conforto.
Pode parecer algo muito simples e pequeno, mas é preciso começar de algum lugar...
Nesse último dia 31 de dezembro de 2023, novamente em uma madrugada, depois da meia noite, como era antigamente, eu posso dizer que estou feliz e esperançosa para o início de um novo ano. O que não acontecia fazia tempos.
Embora esse ano tenha sido difícil eu fiquei grata por tudo e no meio disso tudo foi o único ano que eu senti que eu estava no caminho certo e que daria tudo certo.
2023 foi o meu ano de crescimento e 2024 eu espero que seja meu ano de colher os frutos. Que os dias de glória cheguem finalmente, porque já está passando da hora né. Não aguento mais (e sigo aguentando).
E se ainda tem alguém por aqui, eu desejo um feliz 2024 e que seja um ano incrível para todos nós! Nós sobrevivemos a mais um ano! Você nunca esteve só!
Melhor é o fim das coisas do que o princípio delas.
Eclesiastes 7:8