15 de nov. de 2019

Money don't help with the pain

  Parecia a coisa mais fútil estar sofrendo pela morte de alguém que nem sabia e nunca saberia da minha existência, e me fizeram parecer a pessoa mais idiota do mundo por ter tantos problemas no mundo e eu sofrendo pela morte da minha cachorrinha e de um desconhecido, que morreu em um intervalo de um dia após minha Hanninhah. Eu uni uma dor à outra, o que complicou tudo ainda mais. Mas o que não entenderam é que quando eu me identifico com um artista, é como se fosse eu mesma ali e as minhas palavras ecoando em meio à melodia no fundo.
   É difícil encontrar alguém que pense igual a você ou que tenha algo de semelhante, mas eu sempre encontro isso na música. E Gustav Ahr (Lil peep), era um mix de tudo.
   Eu me identificava com a história de vida dele, como o fato de ele começar a ser rejeitado e até impedido de frequentar as casas de seus colegas da escola, por ser fora dos padrões à partir de uma certa idade. E ele também começou a trabalhar cedo porque queria dar uma vida melhor para a mãe dele, e depois de conseguir empregos bosta ele finalmente alcançou o sucesso e pensou que seria mais fácil e que poderia descaçar, mas percebeu que cada vez mais no topo, mais trabalho ele teria. E acredito que esse tenha sido um dos maiores motivos para as crises existenciais que ele passou a ter e a compartilhar por aí, e eu me identificava com todas elas porque eu estava passando pelo mesmo. Até com o fato de que todos pareciam me odiar, mas como o Peep disse "Quando eu morrer, vocês vão sentir minha falta!".
    Então a minha relação com o Gustav, não era de fã para ídolo ou coisa do tipo, porque eu nunca me vi sendo fã de artista nenhum. Mas minha relação com ele, era de ser humano para ser humano, de artista para artista. E espero que quando eu tiver coragem para lançar às minhas músicas, tenham pessoas que sintam essa mesma ligação/conexão.
    Já parou para imaginar que enquanto você lê esse post ou escuta sua música favorita, pode haver uma pessoa interligada com você, lendo esse mesmo post ou ouvindo a mesma música? E eu não sei explicar esse tipo de coisa, mas eu consigo sentir.
   Passei por todos os estágios do luto com pesares no coração por dois, afinal eu só tenho um ano de diferença do Peep e imaginar que poderia ser eu, ou o meu sonho tendo um fim me pareceu muito cruel. Pensei na minha mãe, na minha família e em todos à minha volta depois de passar alguns meses stalkeando pessoas próximas dele. Vi o quanto todos estavam sofrendo e achei melhor me desligar de todas aquelas notícias sobre ele para que eu pudesse ficar bem.
   Deixei um pouco as músicas dele de lado esse ano, depois de eu ter me embriagado por completo com todas elas, antes e após a morte da Hannah. E confesso que era algo que já não estava me fazendo tão bem, porque me impedia de curar a dor de ter sido roubada pela morte duas vezes. E era o sentimento parecido como quando o Bowie também morreu. Porque eu sempre imagino que quando eu conseguir chegar lá, eu vou conhecer todos os meus gêmeos de alma na música, mas aí sempre tem uma tragédia no meio e não vejo como isso poderia ser diferente, já que eu sou eu, e coisas assim são obvias.
   Fiquei mega triste com os sonhos que ele tinha como o de cantar com o Fall Out Boy, que acabou sendo realizado sem ele. E de toda a visibilidade que ele conseguiu, e agora as bandas emos e não emos passaram a citar ele. E me imaginei no lugar dele com todos esse sonhos não podendo mais vivê-los e ter sido vencido pela condição fodida de vícios. E até mesmo me identificava com o fascínio que ele tinha pelo Anthony Kiedis vocalista do Red Hot Chilli Peppers, e no quanto ele achava o máximo fazer aniversário no mesmo dia que ele, e de repente percebi que eu também tinha esse fascíno, mas pelo David Bowie e foi algo que me ligou ainda mais à ele como artista, afinal todo mundo tem alguma inspiração.
   Na real nem sei aonde eu quero chegar com esse texto, mas achei que eu deveria deixar claro o meu lance com o Peep, depois que praticamente fui ridicularizada como (sei lá), uma fãzinha que ninguém sabe que existe e bla bla bla, mas quem realmente me conhece (e são poucos), sabem que nunca fui assim. Em fim, não gosto de ter que me explicar demais, e nem tenho tido saco para isso ultimamente, mas espero de fato que as pessoas consigam um dia me enxergar além dos olhos críticos que sempre me vêem como fútil, sem nem ao menos tentar entender meus motivos. 
 fodasseee tudo também. Cansei!

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2 comentários:

  1. Não acho uma bobagem você estar sofrendo por um artista que "nem sabia e nunca saberia da sua existência". Digo isso porque um artista (de verdade) ama cada fã mesmo sem conhecer eles. Quero dizer, não fossem pessoas como a gente, a música deles nem iria pra frente né?

    Então quero deixar aqui minhas condolências sinceras. A música faz muita diferenças nas nossas vidas e a perda de um músico que gostamos é (e deve ser) um luto. Espero que vá melhorando nos próximos dias e um dia possa voltar a ouvir as músicas do Lil Peep com alegria e saudade no coração.

    Abraços!

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  2. eu tenho esses mesmos sentimentos com escritores e pintores que morreram sem ver o impacto que causaram, fico pensando em como eles se sentiam, nas tardes em que escreviam e pintavam, em como o que sentiam se parece com o que sinto.

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