E assim como os outros dois filmes sobre adolescentes que eu havia me identificado anteriormente, esse também me trouxe grande nostalgia, pois a Charlotte me lembrou minha personalidade na infância que queria ser freira e tals hahaha. Mas em parte eu só queria ser freira, porque eu pensava que ia ser como no filme mudança de hábito, que era um dos meus favoritos da época. E também porque eu gostava muito de estudar história e tinha ficado fascinada pela da Joana D'arc. Além desse negócio de ser normal não era pra mim desde cedo e eu não queria me igualar às meninas da minha escola que viviam falando sobre meninos vinte e quatro horas por dia.
Mas embora tudo isso me lembre minha infância e todo ambiente do filme, que me é bastante familiar, (já que eu só assistia esses filmes mais antigos e jurava que eu ainda vivia nos anos 80 ouvindo fita k7 no rádio velho do meu pai), o filme ainda conseguiu descrever meus pensamentos atuais exatamente nesse momento em que estou agora. Como essa frase que andei refletindo bastante e me lembrando do quanto eu não queria ser adulta, desde quando eu era criança e tomei conhecimento do quão chato seria (e de fato foi e está sendo). E exatamente por ser chato para caramba ser adulto, ninguém de fato quer ser e toda a responsabilidade acaba sobrando para alguém tomar e eu senti muito esse peso naquela época. Eu não deveria pensar em coisas tão difíceis enquanto deveria estar só sendo criança.
E o que é obvio e eu nem preciso de um filme para provar isso...
Desde que larguei a faculdade e meu emprego para seguir meus sonhos que eu havia abandonado no caminho eu decidi que teria uma vida emocionante, mas ainda não deu certo e estou estagnada no meio do caminho, e eu realmente preciso de um pouco mais de adrenalina no meio do caminho. Sei lá, fazer alguma coisa muito louca e fora da bolha que eu criei.E quem nunca quis fugir não é mesmo? Eu ainda penso nisso o tempo todo e sinceramente eu preciso de espaço para terminar de "crescer", mas o medo de simplesmente deixar tudo e fugir tem sido maior, porque eu não tenho garantia que vou conseguir mudar alguma coisa no novo lugar que eu for. Se eu continuar sendo a mesma coisa? Seria bem sad não?
E a única conclusão plausível que eu chego é que eu realmente tenho que só ir seguindo em frente. O que é super boring, mas é o que um adulto faz e sempre fez.
E entre controlar os hormônios da puberdade e a vontade de ser pura para ser freira, e ter que lidar com sua mãe bipolar que está sempre se mudando com ela e sua irmã mais nova para fugir de cada um de seus ex namorados que vão ficando pelo caminho, Charlotte é a típica adolescente reprimida dentro dos valores que ela mesma criou para si como um ideal de vida que não a tornasse como a mãe dela quando ela crescer. O que eu também me identifiquei, afinal com pouca idade eu já tinha certeza do que eu não queria ser e tracei o mesmo modelo ideal de vida de Charlotte. E a única diferença dela para mim, é que ela se libertou em um momento do filme. Já eu continuo na mesma, não me permitindo viver um monte de coisas por acreditar que aquilo me levaria à ruína.
Agora vão escutar a diva Cher cantando o tema do filme que também me dá uma super good vibes, por eu ter escutado as músicas dela praticamente minha infância toda. E os figurinos delas nesse filme... Caramba!!!
Cher - The Shoop Shoop Song (It's in His Kiss)
P$: A Christina Ricci como a irmãzinha mais nova da Charlotte (Winona), aqueceu meu coração durante o filme, porque ela era uma das atrizes que eu amava assistir todos os filmes em que ela estava na minha infância. ♥
Filme assistido dia 2 de outubro de 2019.
Nenhum comentário:
Postar um comentário