4 de nov. de 2019

Quase 18

 Bom, quando eu disse que Lady Bird era muito parecida com a minha personalidade surtada, eu não imaginava que iria encontrar nenhum outro filme em que eu me identificasse tanto com a personagem, mas eu estava completamente enganada!
 Enquanto Christine me lembra uma fase selvagem, cheia de sonhos que eu tive no fundamental por volta dos meus 12/13 anos (até a cor do cabelo e o colar que eu usava na época), a Nadine já me lembra a criatura deprimida e completamente perdida que eu fui aos 17/18 anos.
 Nadine me lembra a garota que eu era, sentada no fundo da sala se isolando completamente do mundo, lendo livros durantes as aulas de matemática e me sentindo completamente distinta dos demais. Que inclusive não curtiam as mesmas coisas que eu como: As músicas antigas que eu apelidei de músicas do "Golden Years" e os filmes que sempre me faziam ficar de fora do assunto do pessoal por serem velhos de mais.
 E toda a angústia de eu não querer ser eu mesma (que vira e mexe, e me sinto assim de novo). E eu me achava completamente idiota e inferior a todo mundo. Mas agora vejo que isso era algo comum que essa idade meio que nos proporciona de graça, e então eu me sentia inútil (não que eu seja útil agora, mas eu poderia ter aproveitado mais).
 Mas a questão é que eu já sentia o peso do mundo inteiro nas minhas costas, e como eu não queria ter que crescer, eu surtei muito! E me arrependo por ter sofrido por nada e de fato por ter estado com um humor de merda o tempo todo.
 E até a cena da Nadine surtando e jogando o tênis na parede no meio da lanchonete, é tipo, muito eu até hoje.
  Assim como no filme eu acabei impedindo que pessoas legais pudessem se aproximar (e inclusive até hoje tem gente que diz que nunca tinha me visto sorrir, e tinha um certo medinho de chegar perto). Então no meu caso eu acabei fazendo amizade com meu professor de português no ensino fundamental, que sempre me via isolada e tentava conversar comigo. Como em um passeio que ninguém quis sentar do meu lado, mas ele era bem responsável e não doido como o do filme que acaba deixando a Nadine ainda mais louca hahaha. E também cheguei a passar alguns intervalos do lanche comendo com a bibliotecária enquanto líamos vários livros. E no ensino médio eu vivia na sala da orientadora, afinal eu não me identificava com ninguém da minha idade e eu achava difícil pra caramba ter que ficar puxando assunto com o pessoal, enquanto eu só queria ficar sozinha lendo meus livros e ouvindo músicas velhas.
  E a pior parte foi depois da formatura do ensino médio que eu fui ver as recordações dos meus amigos do facebook e eu não estava em nenhum dos rolês, porque eu estava em casa tendo minhas crises existenciais e recusei ir em todos eles T.T.
+ + +
  Não quero contar sobre o filme, e eu gostei desse formato de escrever sobre os pontos que me identifiquei mais, e como eu escrevi um testamento sobre o filme da Lady Bird, vou maneirar nesse.
  Mas resumindo... O filme é bem intenso e aponta bem as opressões que esssa idade pode nos trazer como: coisas que não podemos controlar, auto-estima, auto isolamento, intolerâncias, transições, confusões mentais e as bagagens que carregamos devido às coisas que nos acontece desde a infância. Além de bastante drama adolescente hahaha.
  E eu jurava que esse filme tinha alguma referência atualizada da música "The Edge of Seventeen" da Stevie Nicks (que eu amo por sinal), e meio que assisti o filme só por causa disso, mas não vi tocando em lugar nenhum hahaha. Mesmo assim super recomendo que assistam, pois foi mais um dos filmes nessa temática que me salvou em um momento de pura angústia e percebi que eu não fui a única a passar por isso, e que é uma questão meio global dos seres humanos.
Mas não deixem esse post sem ouvir essa música!

Filme assistido dia 29 de setembro de 2019.

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13 comentários:

  1. Não conhecia o filme, mas vou assistir com certeza. Acho que todo mundo já passou por algo do tipo durante o ensino fundamental e médio, né?

    Beijo.
    Cores do Vício

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  2. eu assisti ao filme, é uma história legal!
    bjs www.diadebrilho.com

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  3. Ainda não vi esse filme, mas todo mundo tem essas crises de identidade quando chega a maioridade.
    big beijos
    Lulu on the sky

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  4. Tem filmes que praticamente nos descrevem né? Na adolescência e acho que até hoje eu sou um pouco assim, gosto de ficar no meu canto aproveitando minha própria companhia, e de certa forma não é ruim, quando estamos bem com a gente ao ponto de entender esses momentos. Mas sabia, esses dias li uma frase bem legal que dizia que solidão não é estar sozinho, mas sim no meio de um monte de gente que não acrescenta. Então, é muito bom ter pessoas de confiança ao redor, mas que sejam as pessoas certas, não apenas ter.
    Abraços,
    Ava
    https://apenasava.com/

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  5. Lendo esse seu post, eu devo admitir que fui sortuda na adolescência, principalmente na época da escola, foram um dos melhores anos. Essa fase de drama, sofrimento e problemas com a auto-estima veio quando entrei na faculdade...
    Mas achei bem interessante esse filme, amo filmes de drama e ainda não conhecia esse.
    Vou assistir agora nas férias! :)

    https://www.heyimwiththeband.com.br/

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    1. Pois é, comigo na faculdade foi quanto tudo piorou ainda mais hahaha

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  6. Esse filme é ótimo, eu amo a atuaçaoda Hailee.
    Já assistu Dickinson que tem ela?
    Beijos
    www.dearlytay.com.br

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    1. Também gosto muito da Hailee e acompanho todos os filmes dela. Iriei iniciar Dickinson em breve, só esou colocando algumas das minhas séries favoritas em dia ahaha

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  7. Eu amo tanto essa música, e fiquei interessada no filme, eu era exatamente assim no colégio, só fiz duas amizades, e no último ano do colégio não falava com absolutamente ninguém

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  8. Eu vi que você se identificou com meu post de retrospectiva de década. Eu fico um pouco aliviada (?) por saber que mais alguém era daquele jeito, e ao mesmo tempo fico sad.
    Queria muito encontrar pessoas como eu naquela época, mas parecia que era a única, isso era muito ruim. Onde estavam as pessoas parecidas?

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  9. Eu vi esse filme! Pensava que ele seria mega engraçadinho e clichêzinho, mas essa parte em que ela tá vomitando no vazo e fala essa frase "tenho que passar o resto da minha vida comigo" doeu muito meu coração, porque também me identifiquei muito e chorei pra cacete nessa hora. No meu ensino médio eu fiz amizade com o pessoal da faxina quando ficava isolada, hahaha! Mas esse professor do filme, mesmo sendo meio pirado, ajudou ela de toda forma né? Gostei da sua resenha do filme dessa forma, fica diferente e bem melhor de ler. Eu não sou formada em cinema e nem entendo muita coisa pra dar uma de crítica de cinema, então também me adequaria mais a esse tipo de post, haha! Enfim, adorei! Deu até vontade de rever o filme agora.
    Beijos!

    www.likeparadise.com.br

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  10. Tem filmes que mexem conosco de uma maneira impressionante. Não conhecia o filme, mas vou com certeza procurar para assistir.
    Beijocas.

    https://www.parafraseandocomvanessa.com.br/

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  11. Oie, tudo bem?
    EU AMO ESSE FILME! Acho fantástico!
    Beijos e feliz ano novo!
    www.somosvisiveiseinfinitos.com.br

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